Teleférico de Gaia – Máquinas na Paisagem
O projecto resulta de um concurso de concepção/construção e exploração. Propôs-se esta solução para a cidade de Vila Nova de Gaia optando por uma abordagem lúdica e funcional, considerando a dinamização do local e do turismo, ligando as caves de vinho do Porto e a marginal (com forte componente de restauração) ao metro e à Serra do Pilar, situados à cota alta.
Estação Baixa – Tensionamento
A implantação do edifício da Estação Baixa na marginal do rio Douro privilegia o uso público do espaço melhorando a acessibilidade, para o que também contribuiu a concepção da peça sobre-elevada que constitui a plataforma de embarque/gare do teleférico. A colocação de duas escadas rebatíveis e suspensas, tornam estanque o edifício quando o serviço está encerrado, sem ser necessário recorrer a vedações, e garantindo a segurança do espaço.
A forma arquitectónica surge como marcação da axialidade própria deste tipo de equipamento, em que o eixo imaterial – do movimento ao longo do trajecto em cabo – coincide com o eixo físico e estrutural do edifício que incorpora os postes da Estação. O eixo estrutural de suporte dos edifícios é também eixo infraestrutural, concentrando diferentes equipamentos de apoio ao teleférico (bilheteiras, posto informativo, sanitários, quiosques), enquanto que a plataforma de embarque surge sobre-elevada. Trata-se verdadeiramente de uma única peça, em dois actos. A forma ritmada dada pelo ripado confere uma aparência mutante ao objecto, com suaves efeitos ópticos de transparência e opacidade conforme o ponto de observação e de acordo com as alterações de luz ao longo do dia, introduzindo-se o ritmo, a cadência, o tempo, o muito que se vê e o muito que se oculta.
Estação Alta – Motriz
A Estação Alta, inicialmente implantada no Jardim do Morro com os mesmos pressupostos da Estação Baixa, foi, a meio do processo, transferida para a encosta, obrigando à reformulação dos conceitos estabelecidos. A nova construção, agora com maior área, conduziu a um aumento da visibilidade do edifício, mantendo-se o desafio de se albergar a nova infra-estrutura com um impacto mínimo na paisagem, de acordo com um constante jogo de escalas, respondendo-se ao mesmo tempo aos complexos requisitos técnicos e estruturais necessários à construção de uma Estação Motriz.
A Estação Alta é dissimulada pelo muro/contraforte existente e pretende ter um carácter neutro e abstracto, quase intemporal. O projecto procura conciliar a ortogonalidade do casario com a obliquidade do eixo do teleférico, contrapondo o carácter monumental da construção, na escarpa, com a escala doméstica das habitações adjacentes. O acesso à cota alta é possibilitado a partir de rampas e escadas que dão acesso à cobertura-miradouro, que consolida e remata o muro contrafortado existente. Tal como um “caminho de ronda”, explora-se a fruição do local e a vista sobre o Porto.|
DESIGNAÇÃO DO PROJECTO:
Teleférico de Gaia Gaia Telpher Line
LOCALIZAÇÃO:
Vila Nova de Gaia, Portugal
DATAS:
Projecto: 2007
Final da construção: 2011
AUTORIA:
Arquitectura:
Francisco Vieira de Campos Cristina Guedes
Coordenador de Projecto:
Francisco Vieira de Campos
Colaboradores:
Francisco Lencastre, Adalgisa Lopes, Cristina Maximino, Joana Miguel, Inês Ferreira, Pedro Costa, Mariana Sendas, António Ferreira, Ana Matias, Ana Fernandes, Luís Campos, João Pontes, Ricardo Cardoso, Oscar Ribas, Diogo Lage
ESPECIALIDADES:
Estruturas e Instalações Hidráulicas:
Struconcept
Instalações e Equipamentos Eléctricos, Telecomunicações e Segurança:
RGA
Acondicionamento Acústico:
Proensal Constructor Etermar S.A.
Equipamento do Teleférico:
Doppelmayer
Design de Comunicação:
Francisco Providencia, Designer Lda
Promotor:
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia City Council
Cliente:
Transportes por Cabo e Concessões, S.A.
CONSTRUTOR:
Etermar S.A.
FOTOGRAFIA:
Alberto Plácido